O cineasta chinês de Zhang Yimou encheu a vista (e a alma) dos cinéfilos com a trilogia de produção milionária formada por Herói, O Clã das Adagas Voadoras e A Maldição da Flor Dourada. Seus filmes anteriores, sobretudo Sorgo Vermelho, Lanternas Vermelhas, Amor e Sedução, também belíssimos, tinham custo bem mais modesto e, para muitos, eram artisticamente superiores. Não concordamos com estas opiniões. É fato que as superproduções, com poucas exceções e sobretudo nos últimos anos resultam em filmes medianos, massivos, quase sempre enfadonhos. No caso de Yimou, cada “yuan” é gasto com inteligência superlativa, em imagens que nos levam muitas vezes ao delírio emocional (Ah! sensibilidade, esse incomensurável patrimônio). Árvore do Amor, seu último filme lançado no Brasil. É uma delicada música de câmara que nos chega depois de longo período sinfônico.
A Árvore do Amor
O filme conta a história de Jing (Zhou Dongyu , ótima em sua estréia no cinema) filha de pais subversivos (capitalistas), punidos pelo regime comunista, e Sun, filho de mãe suicida (também capitalista) e de militar de alto escalão no governo, que vivem um conflituoso, clandestino, comedido e sublimado romance, espécie de Romeu e Julieta, em meio à revolução cultural de Mao Tse Tung quando, dentro de um processo educativo (ou de reeducação), estudantes citadinos eram enviados para campo a fim de terem contato com uma outra realidade e se despirem de quaisquer ranços burgueses.
Baseado em fatos reais, Yimou nos conduz com muita serenidade, sem maniqueísmo ou sentimentalismo por um momento crucial da história do século 20. Em A Árvore do Amor, tão relevante quanto o drama romântico, é a análise histórica do contexto político-ideológico, do embate entre capitalismo e comunismo, que persiste até hoje (veja mais sobre este assunto em Tempos de Viver, do próprio Yimou e A Chinesa, de Godard); tão importante quanto a forte atração entre os personagens, é a pressão deste contexto sobre a vida deles. O filme conta a história de Jing (Zhou Dongyu , ótima em sua estréia no cinema) filha de pais subversivos (capitalistas), punidos pelo regime comunista, e Sun, filho de mãe suicida (também capitalista) e de militar de alto escalão no governo, que vivem um conflituoso, clandestino, comedido e sublimado romance, espécie de Romeu e Julieta, em meio à revolução cultural de Mao Tse Tung quando, dentro de um processo educativo (ou de reeducação), estudantes citadinos eram enviados para campo a fim de terem contato com uma outra realidade e se despirem de quaisquer ranços burgueses.
Frase
Uma frase crítica e esclarecedora, é dita mais de uma vez por Sun diante das provações a que sua amada tinha que se submeter para se mostrar conivente com o regime político: “É assim hoje, mas pode mudar lá na frente”.
Uma frase crítica e esclarecedora, é dita mais de uma vez por Sun diante das provações a que sua amada tinha que se submeter para se mostrar conivente com o regime político: “É assim hoje, mas pode mudar lá na frente”.
Flores
A árvore do título é um espinheiro existente na aldeia-cenário batizado pela comunidade de “espinheiro dos heróis”, pois ali tombaram chineses que lutaram na guerra Sino-Japonesa. Isso faz com que, segundo a lenda, o ao invés das naturais flores brancas, brotem dele flores vermelhas. Estas também podem simbolizar um amor proibido.No final, romance e história convergem em duas cenas tocantes. Na última vemos o brotar das flores da árvore do amor, com tudo de carga simbólica que possui. Na penúltima, vivenciamos uma das lágrimas mais lindamente derramadas no cinema
A árvore do título é um espinheiro existente na aldeia-cenário batizado pela comunidade de “espinheiro dos heróis”, pois ali tombaram chineses que lutaram na guerra Sino-Japonesa. Isso faz com que, segundo a lenda, o ao invés das naturais flores brancas, brotem dele flores vermelhas. Estas também podem simbolizar um amor proibido.No final, romance e história convergem em duas cenas tocantes. Na última vemos o brotar das flores da árvore do amor, com tudo de carga simbólica que possui. Na penúltima, vivenciamos uma das lágrimas mais lindamente derramadas no cinema
Antologia de cenas
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